18 de junho de 2012

Em cela

Os cavaleiros afiaram as lanças para defender seu reino...


A gente estava preso a tempo, deitados ou em pé, ao fechar os olhos os sonhos eram os mesmo, sai dali. O dia aqui é bem barulhento, som de pneus, trem, tiros, gritos. As noites são geladas e silenciosas, e o silêncio é quebrado com o carcereiro vem caminhando pelo corredor, batendo o cassetete na grade, nos acordando, isso era divertido pra ele.

Esse é o ambiente aqui, da pra levar os dias assim, o verdadeiro problema está no outro saguão, lá estava a facção rival a nossa, o presidente do presídio, queria reformular os hospedes, então colocou duas facções rivais no mesmo cubículo e de presente, deixou no fim do corredor alguns litros de produtos inflamáveis.

A rinha foi montada! Façam as suas apostas! Vence o guerreiro que cravar a lança no peito.
Ninguém queria estar aqui, porra! Eu vejo pais de família chorando nos cantos das celas, vejo meninos com sangue nos olhos, a gente já sente o sangue escorrendo, nesse momento já sabemos que não vai ter glória, então o mais forte homem cai de joelhos chorando como um menino desesperando pela sua mãe... Mas aqui o filho chora e a mãe não vê.

Chegou o o grande dia, a tarde passou mais rápida que normalmente, mas ninguém iria imaginar que a noite seria tão lenta e mais fria, talvez porque sabíamos que não seria uma noite normal.
Os planos haviam mudados, pela primeira vez os dois grupos estavam juntos, esqueceram as rivalidades para focar toda raiva num ponto só, o sistema do presídio.
São cinco horas da tarde. Já colocamos nossas amaduras. Os cavaleiros afiaram as lanças para defender seu reino.
Psiu! Lá vem o agente com as chaves da carceragem, nossa tática de guerra é o grande fator surpresa. Cla clá! Sem reação! soltei os lobos, rendemos mais 4 policiais que estavam fazendo plantão, no outro corredor o outro grupo já estava com o diretor do presídio, se unimos no saguão superior pra começar as negociações.


No meio da ação os meninos tentaram fujir pelos fundo, foram todos metralhados, 42 meninos...
A raiva virou feição! É o seguinte senhor negociador! Agora a negociação é só com o diretor, manda flor pros familiares, porque os policias que estavam aqui dentro já estão sem cabeça!
Pronto! foi a centelha pra explosão, entrou a tropa de choque pelo portão, daqui não tem como sair vivo, mas se eu vou pro inferno o diretor vai vir comigo! Bum!

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